Essa é só uma prévia do 1° seminário dos Babbus. Pois há um monte de coisa que temos que contar e mostrar para vocês, as nossas fontes, onde visitamos, nossos videos de apresentações, quem participou, quem foi o grafiteiro, quem tirou as fotos. Uffa.. São varias coisas. O trabalho realmente é longo, afinal foram 10 integrantes e sendo assim o conteúdo acabou sendo extenso mesmo. Mas espero que gostem do pouquinho que está disponível para vocês. Garanto que a noite já estará todo completo. Até mais! ;D
BABBUS - PRIMEIRO SEMINÁRIO - PP
ARTE CONTEMPORÂNEA
Neoclassicismo (neo = novo) é um movimento artístico que se
desenvolveu especialmente na arquitetura e nas artes decorativas. Floresceu na
França e na Inglaterra, por volta de 1750, sob a influência do arquiteto
Palladio (Palladianismo), e estendeu-se para o resto dos países europeus,
chegando ao apogeu em 1830. Inspirado
nas formas greco-romanas renunciou às formas do barroco (que não tinha tido
grande repercussão na França e na Inglaterra) revivendo os princípios estéticos
da antiguidade clássica. Entre as mudanças filosóficas, ocorridas com o
iluminismo, e as sociais, com a revolução francesa, a arte deveria tornar-se
eco dos novos ideais da época: subjetivismo, liberalismo, ateísmo e democracia.
No entanto, eram tantas as mudanças que elas ainda não haviam sido
suficientemente assimiladas pelos homens da época a ponto de gerar um novo
estilo artístico que representasse esses valores. O melhor seria recorrer ao
que estivesse mais à mão: a equilibrada e democrática antiguidade clássica. E
foi assim que, com a ajuda da arqueologia (Pompéia tinha sido descoberta em
1748), arquitetos, pintores e escultores logo encontraram um modelo a seguir.
ROMANTISMO
O Romantismo foi um movimento artístico ocorrido na Europa
por volta de 1800, que representa as mudanças no plano individual, destacando a
personalidade, sensibilidade, emoção e os valores interiores.
Atingiu primeiro a literatura e a filosofia, para depois se
expressar através das artes plásticas. A literatura romântica, abarcando a
épica e a lírica, do teatro ao romance, foi um movimento de vanguarda e que
teve grande repercussão na formação da sociedade da época, ao contrário das
artes plásticas, que desempenharam um papel menos vanguardista.
A arte romântica se opôs ao racionalismo da época da Revolução
Francesa e de seus ideais, propondo a elevação dos sentimentos acima do
pensamento. Curiosamente, não se pode falar de uma estética tipicamente
romântica, visto que nenhum dos artistas se afastou completamente do
academicismo, mas sim de uma homogeneidade conceitual pela temática das obras.
A produção artística romântica reforçou o individualismo na medida
de em que baseou-se em valores emocionais subjetivos e muitas vezes
imaginários, tomando como modelo os dramas amorosos e as lendas heróicas
medievais, a partir dos quais revalorizou os conceitos de pátria e república.
REALISMO
Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na
pintura francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se
desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades. O Iníciom
europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica
para interpretar e dominar a natureza convenceu-se de que precisava ser
realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões
subjetivas e emotivas da realidade.
São características gerais:
• o cientificismo
• a valorização do objeto
• o sóbrio e o minucioso
• a expressão da realidade e dos aspectos descritivos.
IMPRESSIONISMO
O Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou
profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte do século
XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais práticas do que teóricas,
que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados
que caracterizaram a pintura impressionista.
Principais características da pintura:
• A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos
adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da
natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.
• As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é
uma abstração do ser humano para representar imagens.
• As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão
visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam
representá-las no passado.
• Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo
com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta
produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro
tão valorizado pelos pintores barrocos.
• As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura
das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas
nos quadros em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura,
combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto,
de ser técnica para se óptica.
A primeira vez que o público teve contato com a obra dos
impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, em abril de
1874. Mas o público e a crítica reagiram muito mal ao novo movimento, pois
ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da pintura.
O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma
pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando
cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à
miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o
sentimento. Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais.
Corrente artística concentrada especialmente na Alemanha entre 1905 e 1930.
Principais características:
• pesquisa no domínio psicológico;
• cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas;
• dinamismo improvisado, abrupto, inesperado;
• pasta grossa, martelada, áspera;
• técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo
e refazendo, empastando ou provocando explosões;
• preferência pelo patético, trágico e sombrio.
FAUVISMO/ FOVISMO
Quase paralelamente ao movimento Expressionista, nascia em
1905, durante a realização do Salão de Outono em Paris, o movimento Fauvista.
Alguns jovens pintores foram chamados pelo crítico Louis Vauxcelle, de fauves
que significa “feras”, por causa da intensidade com que usavam as cores puras,
sem misturá-las ou matizá-las.
As características do movimento fauvista são: a
simplificação das formas das figuras e o emprego das cores puras. Por isso, as
figuras fauvistas são apenas sugeridas e não representadas, e as cores não são
as da realidade. Elas resultam de uma escolha arbitrária do artista e é usada
puras, tal como estão no tubo de tinta.
Participaram do movimento Fauvista os pintores, Henri
Matisse (1869-1954), Maurice de Vlaminck
(1876-1958), André Derain (1880-1954) e Othon Friesz (1879-1949), e foram eles
os responsáveis pelo gosto do uso de cores puras, que estão nos inúmeros
objetos e peças de vestuário, atualmente em nosso cotidiano.
Henri Matisse foi a maior expressão entre os pintores
fauvistas, caracterizando sua obra a despreocupação com o realismo, em relação
às formas das figuras e às cores, as coisas representadas são menos importantes
do que a maneira de representá-las.
No quadro Natureza-morta com Peixes Vermelhos , observamos
que o importante para Matisse é que as figuras (mulher, aquário, vaso com
flores e estante), associadas compõem um todo. As cores puras e estendidas em
grandes campos, como o azul, o amarelo e o vermelho, são também fundamentais
para a organização da composição.
CUBISMO
Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne,
pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem
cones, esferas e cilindros. Para Cézanne, a pintura não podia desvincular-se da
natureza, tampouco copiava a natureza; de fato, a transformava. Ele dizia:
“Mudo a água em vinho, o mundo em pintura”. E era verdade. Em suas telas, a
árvore da paisagem ou a fruta da natureza morte não eram a árvore e a fruta que
conhecemos – eram pintura. Preservavam-se as referências exteriores que as
identificavam como árvore ou fruta, adquiriam outra substância: eram seres do
mundo pictórico e não do mundo natural. Por isso, é correto dizer que Cézanne
pintava numa zona limite, na fronteira da natureza e da arte.
Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne.
Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É
como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano
frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os
objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das
coisas.
O pintor cubista tenta representar os objetos em três
dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de
linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos.
Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os
ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.
Principais características:
• geometrização das formas e volumes
• renúncia à perspectiva
• o claro-escuro perde sua função
• representação do volume colorido sobre superfícies planas
• sensação de pintura escultórica
• cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza,
por um ocre apagado ou um castanho suave.
FUTURISMO
Movimento artístico e literário iniciado oficialmente em
1909 com a publicação do Manifesto Futurista, do poeta italiano Filippo
Marinetti (1876-1944), no jornal francês Le Figaro. O texto rejeita o moralismo
e o passado, exalta a violência e propõe novo tipo de beleza, baseada na
velocidade. O apego do futurismo ao novo é tão grande que chega a defender a
destruição de museus e cidades antigas.
Agressivo e extravagante, encara a guerra como forma de
“higienizar” o mundo.
O futurismo produz mais manifestos – cerca de 30, de 1909
a 1916 – do que obras, embora esses textos também sejam considerados
manifestações artísticas. Há grande repercussão principalmente na França e na
Itália, onde muitos artistas, entre eles Marinetti, se identificam com o
fascismo nascente. Após a I Guerra Mundial, o movimento entra em decadência,
mas seu espírito influencia o dadá. Artes plásticas –Tem o objetivo de criar
obras com o mesmo ritmo e espírito da sociedade industrial. Para refletir a
velocidade na pintura, os artistas recorrem à repetição dos traços das figuras.
Se querem mostrar vários acontecimentos ao mesmo tempo adaptam técnicas do
cubismo.
Na escultura, os futuristas fazem trabalhos experimentais
com vidro e papel. O grande expoente é o pintor e escultor italiano Umberto
Boccioni (1882-1916). Sua escultura Formas Únicas na Continuidade do Espaço
(1913) – interseção de vários volumes distorcidos – é uma das obras
emblemáticas do futurismo. Nela se percebe a idéia de movimento e
força.Preocupados com a interação entre as artes, alguns pintores e escultores
se aproximam da música e do teatro. O pintor italiano Luigi Russolo
(1885-1947), por exemplo, cria instrumentos musicais e os utiliza em
apresentações públicas.Na Rússia, o futurismo tem papel importante na
preparação da Revolução Russa (1917) e caracteriza as pinturas de Lariónov
(1881-1964) e Gontcharova (1881-1962).
Literatura –As principais manifestações ocorrem na poesia
italiana. Sempre a serviço de causas políticas, a primeira antologia sai em 1912.
O texto é marcado pela destruição da sintaxe, dos conectivos e da pontuação,
substituída por símbolos matemáticos e musicais. A linguagem é espontânea e as
frases são fragmentadas para expressar velocidade. Os autores abolem os temas
líricos e incorporam à poesia palavras ligadas à tecnologia. As idéias de
Marinetti, mais atuante como teórico do que como poeta, influenciam o poeta
cubista francês Guillaume Apollinaire (1880-1918). Na Rússia, o futurismo
expressa-se principalmente na literatura. Mas, enquanto os autores italianos se
identificam com o fascismo, os russos aliam-se à esquerda. Vladímir Maiakóvski
(1893-1930), o poeta da Revolução Russa, aproxima a poesia do povo. Outro poeta
de destaque é Viktor Khlébnikov (1885-1922).
Teatro – Introduz a tecnologia nos espetáculos e tenta
interagir com o público. O manifesto de Marinetti sobre teatro, de 1915,
defende representações de apenas 2 ou 3 minutos, com pequeno ou nenhum texto,
poucos atores e vários objetos em cena.As experiências na Itália concentram-se
no teatro experimental fundado em 1922 pelo italiano Anton Giulio Bragaglia
(1890-1960). Marinetti também publica uma obra dramática em 1920, Elettricità
Sensuale, mesmo título de uma peça sua escrita em 1909.
FUTURISMO NO BRASIL –O movimento colabora para
desencadear o modernismo, que dominou as artes a partir da Semana de Arte
Moderna de 1922. Os modernistas usam algumas das técnicas e discutem as idéias
do futurismo, mas rejeitam o rótulo, identificado com o fascista Marinetti.
PINTURA METAFISICA
A Pintura Metafísica foi um estilo criado em 1913 por
Giorgio de Chirico (figura mais emblemática e o líder deste movimento, tendo
fundado também a revista Pittura Metafisica em 1920 que se assumiu como o orgão
de divulgação deste movimento.) e que acabou popularizando-se na Itália e sendo
adotada por outros artistas, em especial Carlo Carrà e Giorgio Morandi (1890 -
1964) e o artista belga Paul Delvaux. Carrà foi introduzido à Pintura
Metafísica num hospital militar que esteve junto com Chirico em 1917 e os dois
juntos acabaram por fundar um movimento.
A Pintura Metafísica recusa a arte abstrata e contrapõe-se
às correntes Futuristas e Cubistas, em desenvolvimento naquela altura. Apesar
das diferenças da produção artística de cada um dos pintores deste movimento, é
possível identificar algumas características comuns, como a fixação em
representações figurativas com referências à arte clássica; a recusa da
expressão do movimento; o afastamento relativamente à estética industrial ou
ligada à máquina; a procura de objetos do cotidiano e de espaços urbanos para
criar um universo misterioso.
Caracteriza-se principalmente por imagens misteriosas,
ilógicas e sugestões de alucinações.
Ícones - como estátuas substituindo homens - e justaposição
de figuras também eram bastante presentes na Pintura Metafísica.
De Chirico, assim como o conterrâneo Carlo Carrá manifestam
uma clara preferência pela representação de espaços urbanos e de edifícios, em
acentuadas perspectivas e com grandes contrastes de luz, perspectiva e sombra.
São famosas as suas pinturas de praças vazias e povoadas por figuras e objetos
misteriosos onde ressalta a impressão de imensidade, de solidão e de
imobilidade, ressaltando a influência de alguns filósofos como Nietzsche, Kant
e Schopenhauer. Algumas pinturas eróticas de Paul Delvaux revelam ainda a
absorção de teorias ligadas à psicologia e ao subconsciente. A Pintura
Metafísica Apesar do estilo não ter sobrevivido à Primeira Guerra Mundial,foi
uma das correntes precursoras do movimento surrealista.
Uma prova dessa influência da Pintura Metafísica no
Surrealismo foi o fato do nome desse segundo movimento ter sido dado pelo poeta
francês Apollinaire, inspirado, entre outros trabalhos, (como o de Marc
Chagall), no de Chirico.
Diferentemente de algumas tendências vanguardistas do século
XX, dava extremo valor às influências da arte do passado, principalmente o
período do Renascimento Italiano.
O periódico italiano "Valori Plastici" do fim da
primeira, início da segunda década do século, foi um dos primeiros a se
interessar pela pintura metafísica e procurar definir seus confusos padrões
estéticos.
DADAISMO
O dadaísmo foi um movimento artístico que surgiu na Europa
(cidade suiça de Zurique) no ano de 1916. Possuía como característica principal
a quebra com as formas de arte tradicionais. Portanto, o dadaísmo foi um
movimento com forte conteúdo anárquico(liberdade de expressão). O nome do
movimento deriva do dicionário francês: dadá (brinquedo, cavalo de pau). Daí,
observa-se a falta de sentido e a quebra com o tradicional deste movimento.
Características principais do dadaísmo:
- Objetos comuns do cotidiano são apresentados de uma nova
forma e dentro de um contexto artístico;
- Irreverência artística;
- Combate às formas de arte institucionalizadas;
- Crítica ao capitalismo e ao consumismo;
- Ênfase no absurdo e nos temas e conteúdos sem lógica;
- Uso de vários formatos de expressão (objetos do cotidiano,
sons, fotografias, poesias, músicas, jornais, etc) na composição das obras de
artes plásticas;
- Forte caráter pessimista e irônico, principalmente com
relação aos acontecimentos políticos do mundo.
Principais artistas dadaístas
Tristan Tzara
Marcel Duchamp
-Francis Picabia
- Max Ernst.
ABSTRACIONISMO
ABSTRACIONISMO
Abstracionismo foi uma tendência das artes plásticas
desenvolvida no início do século XX na Alemanha.
Recusam a herança renascentista das academias de arte. O que
importa são as formas e as cores. As obras abandonam o compromisso de
representar a realidade aparente, não reproduzem figuras composição. Na
escultura, os artistas trabalham principalmente o volume e a textura,
explorando as possibilidades da tridimensionalidade do objeto.
Há dois tipos de Abstracionismo: o informal , que busca o
lirismo e valoriza as formas livres, e o geométrico, de técnica mais rigorosa e
sem a intenção de expressar sentimentos nem idéias.
O Abstracionismo informal recebe influência do
expressionismo e do cubismo. Os artistas deixam a perspectiva tradicional e
criam as formas no ato da pintura
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), influenciadas
pelo Abstracionismo informal, surgem outras tendências artísticas, como o
Expressionismo abstrato e o Abstracionismo gestual.
No Abstracionismo geométrico, ao desenvolver pinturas,
gravuras e peças de arte gráfica, os artistas exploram com exigência técnica as
formas geométricas,sem itenção de exprimir sentimentos.
Artistas:
Os principais iniciadores do Abstracionismo geométrico são:
• o russo
Malevitch e o
• holandês
Piet Mondrian
Com quadros em que
figuras geométricas flutuam num espaço sem perspectiva, Malevitch inaugura o
suprematismo (autonomia da forma), movimento derivado do Abstracionismo. A tela
Quadrado Negro é um de seus marcos.
Do Abstracionismo
geométrico derivam o Construtivismo, o Concretismo e o Minimalismo.
O CONCRETRISMO
O Concretismo surgiu na Europa no início do século XX,
advindo do movimento abstracionista moderno, o qual tinha como característica
fundamental a abstração da arte através da incorporação de formas geométricas
ao visual. Os artistas tinham como
objetivo aliar os recursos gráficos à arte (música, poesia e artes plásticas) e
abstrair-se de todo envolvimento com o lirismo e o sentimentalismo artístico.
Os concretistas adotavam meios para que a realidade fosse incorporada ao
trabalho artístico. Dessa forma, os quadros e as poesias apontavam para as
figuras arquitetônicas e esculturais do cotidiano, além de possuírem diversas
possibilidades de leituras através dos diferentes ângulos visuais. Este tipo de
concepção da arte é chamada de plástica. O Cubismo foi um movimento que marcou
esta manifestação artística do Concretismo ao definir o quadro como suporte
para a reconstrução da realidade, a qual pode ser vista por diferentes facetas.
O responsável pela vinda da concepção plástica da arte para o Brasil e, de
forma geral, para a América Latina, foi Max Bill, artista, arquiteto e designer
gráfico suíço. Em 1951, Bill realizou uma exposição de suas obras no Museu de
Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp, a qual inicia o processo de
consolidação do movimento concretista no Brasil.
COBRA
Movimento artístico criado na Holanda entre 1948 e 1951 por
um grupo de artistas europeus. A denominação CoBrA significa: COpenhague,
BRuxelas e Amsterdã, capitais dos países de onde provinham alguns dos
fundadores do movimento.
O objetivo do CoBrA era pintar com total liberdade, utilizando um método
baseado na espontaneidade e na experimentação livre. Os membros do grupo diziam
que não buscavam inspiração em desenhos infantis ou nas formas da arte
primitiva. Eles pintavam livres de qualquer influencia externa, obedecendo
apenas os seus instintos.
Apesar de ter durando apenas três anos (1949 – 1951), o grupo causou grande
impacto no cenário artístico, com suas pinturas abstratas, cores brilhantes,
pinceladas violentas e ausência de qualquer mensagem.
Ligado esteticamente ao expressionismo figurativo, o CoBrA representou uma
alternativa carregada de espontaneidade, ira, fantasia violenta e uma poética
que parecia deslocada de seu tempo. Teve como principais representantes Asger
Jorn, Karel Appel e Pierre Alechinski. Assim como as obras de Jackson Pollock,
essa pintura é gestual, livre e violenta na escolha de cores e texturas.
O programa artístico dos fundadores do grupo tinha o intuito de promover uma
aproximação espontânea do artista com a pintura e com uma linguagem
caracterizada por figurações que não se referissem ao mundo "real",
mas brotassem da fantasia do artista, remanescente de formas orgânicas, pássaros,
animais e figuras mascaradas. A "pintura de máscaras", uma das
principais linguagens da pintura CoBrA, faz referência às tendências africanas
de Picasso e ao "desenho automatista" surrealista, evocando
diferentes experiências e estados mentais. Esse novo expressionismo abstrato
foi alimentado por impulsos do Cubismo, do Surrealismo e da Arte Primitiva. O
CoBrA foi provavelmente o último grupo de seu gênero, na tradição dos
dadaístas, futuristas, construtivistas e surrealistas, que se baseou no
trabalho cooperativo entre artistas.
SURREALISMO
Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura
metafísica de Giorgio De Chirico.
O Surrealismo surge em Paris com a publicação do “Manifesto
do Surrealismo”, assinado pelo artista plástico André Breton, em outubro de
1924, que marcou historicamente o nascimento do movimento. O manifesto tem como
centro o automatismo psíquico puro, onde nele se expressa o funcionamento real
do pensamento, livre da vigia pela razão, ou pela preocupação da estética e da
moral. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do instinto
como ponto de partida para uma nova linguagem artística.
Nas duas primeiras décadas do século XX, os estudos psicanalíticos de Freud e
as incertezas políticas criaram um clima favorável para o desenvolvimento de
uma arte que criticava a cultura européia e a frágil condição humana diante de
um mundo cada vez mais complexo.
O Surrealismo apresenta relações com o Futurismo e o Dadaísmo. No entanto, se
os dadaístas propunham apenas a destruição, os surrealistas pregavam a
destruição da sociedade em que viviam e a criação de uma nova, a ser organizada
em outras bases. Os surrealistas pretendiam, dessa forma, atingir outra
realidade, situada no plano do subconsciente e do inconsciente.
Os surrealistas fazem do subconsciente o
solo fértil para sua criação artística, por inspiração de Freud e foi por
excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do
subconsciente.
Faz emergir os impulsos das regiões ainda inexploradas da mente. Seus temas
advêm do inconsciente e subconsciente: A livre associação e a análise dos
sonhos (ambos os métodos da psicanálise freudiana, transformaram-se nos
procedimentos básicos do surrealismo, embora aplicados a seu modo), as
alterações de humor, a loucura, o acaso, as alucinações, os delírios, a
fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram grande atração sobre os
surrealistas, e nesse aspecto eles se aproximam dos românticos, embora sejam
muito mais radicais.
Este movimento artístico surge todas às vezes que a imaginação se manifesta
livremente, sem o freio do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico.
Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, no ponto onde a
razão humana perde o controle, onde o mundo irreal é tão verdadeiro quanto o
real.
Através do inconsciente os surrealistas buscam a conquista completa de sua
libertação, eliminando os preconceitos filosóficos, políticos e religiosos,
conceitos estes inibidores da personalidade imposta pela cultura e educação.
Os cenários criados pelos artistas surrealistas representam, através de temas
simbólicos, incomunicáveis e extremamente pessoais, as manifestações
subconscientes, um mundo distante da razão e da lógica, formando um cenário
visionário, um mundo de sonhos fantástico. Por meio do automatismo, ou seja,
qualquer forma de expressão em que a mente não exercesse nenhum tipo de
controle, os surrealistas tentavam plasmar, seja por meio de formas abstratas
ou figurativas simbólicas, as imagens da realidade mais profunda do ser humano:
o subconsciente.
O surrealismo foi um movimento artístico com vertentes na pintura, escultura,
literatura, teatro e cinema, e serviu como fonte inspiradora a outras correntes
artísticas. Há duas espécies de surrealismo: o figurativo, quando podemos
identificar a representação das imagens, mesmo que ilógicas; e o abstrato,
quando as formas das imagens não são identificadas com o mundo real. Salvador
Dali, Marc Chagall, René Magritte são pintores surrealistas figurativos.
Juan Miró, Hans Arp e muitas obras de Picabia e Paul Klee
são representantes do surrealismo abstrato.
POP ART
Movimento principalmente americano e britânico, sua
denominação foi empregada pela primeira vez em 1954, pelo crítico inglês
Lawrence Alloway, para designar os produtos da cultura popular da civilização
ocidental, sobretudo os que eram provenientes dos Estados Unidos.
Com raízes no dadaísmo de Marcel Duchamp, o pop art começou a tomar forma no
final da década de 1950, quando alguns artistas, após estudar os símbolos e
produtos do mundo da propaganda nos Estados Unidos, passaram a transformá-los
em tema de suas obras. Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da
cultura popular, de poderosa influência na vida cotidiana na segunda metade do
século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em oposição ao expressionismo
abstrato que dominava a cena estética desde o final da segunda guerra. Sua
iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do cinema e da
publicidade.
Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos
de consumo, ela operava com signos estéticos massificados da publicidade,
quadrinhos, ilustrações e designam, usando como materiais principais, tinta
acrílica, ilustrações e designs, usando como materiais, usando como materiais
principais, tinta acrílica, poliéster, látex, produtos com cores intensas,
brilhantes e vibrantes, reproduzindo objetos do cotidiano em tamanho
consideravelmente grande, transformando o real em hiper-real. Mas ao mesmo
tempo que produzia a crítica, a Pop Art se apoiava e necessitava dos objetivos
de consumo, nos quais se inspirava e muitas vezes o próprio aumento do consumo,
como aconteceu por exemplo, com as Sopas Campbell, de Andy Warhol, um dos
principais artistas da Pop Art. Além disso, muito do que era considerado brega,
virou moda, e já que tanto o gosto, como a arte tem um determinado valor e
significado conforme o contexto histórico em que se realiza, a Pop Art
proporcionou a transformação do que era considerado vulgar, em refinado, e
aproximou a arte das massas, desmitificando, já que se utilizava de objetos
próprios delas, a arte para poucos.
OP ART
A expressão “op-art” vem do inglês (optical art) e significa
“arte óptica”. Defendia para arte "menos expressão e mais
visualização". Apesar do rigor com que é construída, simboliza um mundo
precário e instável, que se modifica a cada instante.
Apesar de ter ganhado força na metade da década de 1950, a
Op Art passou por um desenvolvimento relativamente lento. Ela não tem o ímpeto
atual e o apelo emocional da Pop Art; em comparação, parece excessivamente
cerebral e sistemática, mais próxima das ciências do que das humanidades. Por
outro lado, suas possibilidades parecem ser tão ilimitadas quanto as da ciência
e da tecnologia.
GRAFITTI
A pratica do grafite ou graffiti que provém do latim
”graffiti” ou do grego ‘graphein’ remonta aos tempos do Império Romano. O
vestígio mais fascinante deixado pelo homem através dos tempos em sua passagem
pelo planeta foi sem duvida a produção artística. A manifestação mais antiga,
com certeza, foram os desenhos feitos nas paredes das cavernas. Aquelas
pinturas rupestres são os primeiros exemplos de grafite que encontramos na
historia da arte. Elas representam animais, caçadores e símbolos muitos dos
quais, ainda hoje, são enigmas para os arqueólogos, mas que de fato são
significantes aos seres daquele contexto, como uma forma de expressão ou talvez
transcrição do momento histórico.
Estes caracteres impressos em locais não definidos para esse fim, normalmente
em lugares públicos, com formas de caligrafias, imagens pintadas, ou
esculpidas, constituem os grafites. Na década de 70 esta técnica ganhou
dimensões nunca antes imaginadas, como uma atitude transgressora. Por meio do
grafite era possível transmitir mensagens cifradas para um determinado grupo,
as gangues nova-iorquinas adotavam esta modalidade para se comunicar
clandestinamente, por meio de inscrições em muros, ou bens Urbanos.
Por utilizar o espaço urbano como suporte, o grafite é
muitas vezes confundido com pichação, embora seja bem diferente desta. A
pichação tem como base a escrita, dá destaque à letra, à palavra. Já o grafite
busca referências nas artes plásticas. Trabalha com a forma, o volume, a
perspectiva, a cor, entre outros recursos.
A prática de grafitar muros e paredes com inscrições de teor poético ou
político ganhou impulso em maio de 1968, na cidade de Paris, a partir de onde
explodiram no Ocidente os movimentos de contracultura. Inconformados com os
rumos do capitalismo, jovens de vários cantos do planeta, munidos de tinta
spray, foram às ruas expressar sua insatisfação.
Muitas polêmicas giram em torno desse movimento artístico, pois de um lado o
grafite é desempenhado com qualidade artística, e do outro não passa de
poluição visual e vandalismo. A pichação ou vandalismo é caracterizado pelo ato
de escrever em muros, edifícios, monumentos e vias públicas. Os materiais
utilizados pelos grafiteiros vão desde tradicionais latas de spray até o látex.
Mais foi com Jean Michel Basquiat que o
grafite alcançou o status. Afrodescendente, filho de pai porto-riquenho e mãe
caribenha, nasceu em 1960, largou a vida confortável de classe média
alta, para viver nas ruas de Nova York, desafiar o racismo dos brancos
norte-americanos e se tornar um dos mais importantes artistas plásticos do
século XX. O artista se tornou mais célebre em 1980, quando integrou uma mostra
coletiva – The Times Square Show – financiada por uma empresa denominada
‘Colab’. Um ano depois, sua trajetória profissional foi alavancada mundialmente
de uma vez por todas, graças a uma crítica positiva escrita por René Ricard, um
nome de grande destaque nos meios culturais da época. 1982 foi um ano decisivo
em sua vida, pois ele passou a circular nos circuitos artísticos ao lado de
Julian Schnabel, David Salle e outros tantos curadores, colecionadores de arte
e estudiosos desta área, vistos na época como adeptos do ‘neoexpressionismo’.
Nesta mesma época ele se envolveu afetivamente com a então anônima Madonna, e
travou contato com o artista pop Andy Warhol, com o qual Jean estabeleceu
fecunda parceria profissional. Em 1984, porém, Jean estava completamente
viciado em heroína e os companheiros se preocupavam com seu destino. Mesmo
assim, no dia 10 de fevereiro de 1985 o artista tornou-se capa do célebre
veículo The New York Times, o que lhe rendeu mostras internacionais nas mais
conhecidas capitais da Europa. Jean morreu de overdose em 1988, no próprio
estúdio. Sua vida foi levada às telas postumamente, sob a direção de seu amigo
Julian Schnabel, protagonizado por Jeffrey Wright. Suas obras ainda causam
profunda impressão em artistas contemporâneos e, não raro, são negociadas em
leilões de arte por preços muito elevados.
No Brasil. o grafite faz parte da paisagem e já foi exposto em muitos museus.
Nos grandes centros urbanos do país, convive-se com pinturas de artistas de
renome internacional. Alguns famosos grafiteiros realmente iniciaram suas
trajetórias artísticas como pichadores, é o caso de Os gêmeos – irmãos gêmeos
paulistas que se tornaram célebres por seus grafites -, por exemplo, que já
colecionam trabalhos notórios como o empreendido na fachada da Tate Modern, de
Londres. O graffiti é geralmente mais elaborado do que a pichação.
Mas, se o grafite despontou em meio à cultura marginalizada e atingiu o status
de arte, deve isso em grande parte à figura de Jean-Michel Basquiat, um dos
pioneiros da chamada street art e,
certamente, o mais célebre grafiteiro de todos os tempos, Basquiat tornou-se
lenda ao passar feito meteoro pelo cenário artístico de Nova York e
revolucionar o modo de ver a pintura nos Estados Unidos da América. Apadrinhado
por Andy Warhol, pai da pop art. com quem compartilhou amizade e até mesmo a
produção de vários trabalhos, Basquiat começou a pintar telas, e, de mero
pichador, passou a ser considerado representante privilegiado de uma escola
chamada neo expressionista. A arte de Basquiat, feita de rabiscos, escritas
enigmáticas, pinceladas rápidas e nervosas, retrata personagens esqueléticos,
rostos apavorados ou mascarados, prédios, carros, cenas da vida urbana, ícones
negros do boxe e da música, sempre em telas grandes e cores muito fortes. O
homem negro, em meio a composições caóticas, é uma constante em seus trabalhos,
talvez como forma de expressar o sentimento de exclusão, que, ao que tudo
indica, carregava na alma. Hannibal, uma das telas mais importantes de
Jean-Michel Basquiat, esta avaliada em 8 milhões.
ARTE NAIF
O termo arte naif aparece no vocabulário artístico em geral,
tem o sinônimo de arte ingênua ou original e instintiva, produzida por
autodidatas que não tem formação culta no campo das artes. A historia da arte
naif, começa no século XIX, junto ao salão dos Independentes de 1886, em Paris,
com exibição dos trabalhos do pintor Henri Rousseau, que nasceu na França em
1844 e morreu em 1910. Conhecido como “Le douanier” que por sua vez torna-se o
mais célebre dos pintores. Têm em destaque, algumas de suas obras: “Uma noite
de carnaval de 1886, Eu próprio de 1890, Os artilheiros de 1895 e, A
encantadora de serpentes de 1907. Henri Rousseau, pintor especialista em cores,
foi considerado por muitos como precursor da corrente e principal artista da
arte naif. Henri não possuía educação geral, nem tampouco conhecimento em arte
ou pintura. Ao levar a público, sua primeira obra denominada “Uma noite de
carnaval”, no Salão dos Independentes, o artista foi severamente criticado por
ignorar princípios básicos de geometria e perspectiva. A obra retratava
paisagens selvagens mescladas a um emaranhado de tramas, as quais remetem a
sonhos e sentimentos do artista. Mas seu reconhecimento só se fez valer no
século XX, após ser admirado por Pablo Picasso, Guillaume Apollinaire, Robert
Delaunay e Alfred Jarry, além de renomados intelectuais. Relatos comprovam que
sua obra foi reconhecida na França (Paris) e através de sua obra. A Arte
Naif influenciou e embasou a corrente
estética do Surrealismo de Salvador Dali, no ano de 1972.
Podemos identificar esse tipo de arte com cores brilhantes e alegres, fora dos
padrões usuais. O único pintor de arte naif
no Brasil, entre todas as tendências, a ser premiado numa Bienal de
Veneza, foi Chico da Silva, que nasceu
em 1910 e morreu em 1985. Em 1966, na 33ª Bienal, ganhou menção honrosa com sua
pintura. Nasceu no Acre, no meio da
floresta amazônica, região do Alto Tejo. Chico veio menino para o Ceará, indo
morar em Quixadá, depois em Guaramiranga. Talvez esteja nessa infância a origem
de seus seres imaginários e de sua delicadeza estética. Ele declarou que fora
educado por índios e por missionários. Essa convivência com uma floresta
amazônica repleta de animais deslumbrantes, cores variadas, detalhes infinitos,
o dia a dia com os índios e suas artes plumárias e pinturas corporais, seus
artesanatos entrançados e minuciosos, com a religiosidade e superstição dos
povos silvestres, as lendas e mitos; depois a convivência com as áridas
paisagens de caatinga, repletas de cactos, espinhos, formas sinuosas, e superstições;
em seguida a experiência de Guaramiranga, com suas matas quase tropicais e
ciliares, as orquídeas e bromélias de formas fantásticas e tão sugestivas; essa
combinação de experiências visuais e sensoriais com a sua sensibilidade formal
e extremada imaginação, a contemplação de paisagens de uma pureza atemporal, e
mais os sentimentos angustiosos de orfandade e pobreza, criaram seus dragões.
Já morando na bucólica aldeia de Pirambu, entre mares e morros de areia, o
rapazinho talvez se sentisse solitário, desamparado. Morto o seu pai, ele
trabalhava consertando sapatos, fogões, sombrinhas, ou fabricando fogareiros de
lata. Não sabia ler nem escrever. Como um gesto desesperado de comunicação,
passou a rabiscar nas humildes paredes de taipa das casas dos pescadores,
usando simplesmente carvão ou pedaços de tijolo, fragmentos de barro, frutas,
delineando em murais os seus seres imaginários. Os moradores chamavam-no de “o
indiozinho débil mental”, palavras que demonstram certo carinho, mas uma grande
incompreensão por sua “escrita”.
Um dia passou por ali um artista suíço, Jean Pierre Chabloz, e percebeu o
extraordinário talento contido naqueles grafites rústicos. Deu a Chico da Silva
um maço de cartolinas, tinta nanquim, guaches, pastéis, lápis, penas e pincéis.
Semanas depois, Chico apresentou-lhe os primeiros trabalhos. Assim começou a
florescer a sua arte “saturada de inesquecíveis visões amazônicas”, mas também
cearenses, pois vejo em sua obra laços profundos com os pontilhados coloridos
de mestre Noza, com os ornamentos sinuosos das vestes dos vaqueiros, ou com os
trabalhos das rendeiras.
Chabloz comprava as pinturas e guiava-o sempre em direção aos sonhos. Quando
Chico já produzira um bom número de obras, Chabloz escreveu uma resenha que foi
publicada na revista francesa de maior prestígio na época, Cahiers d’Art. Chico
da Silva era, então, um dos maiores artistas ingênuos do mundo, com obras em
coleções sofisticadas. Na Bienal de Veneza recebeu uma menção honrosa, inédita
para a arte brasileira. Seus quadros eram desejados e disputados. Criou uma
oficina em Pirambu, onde discípulos desenhavam sob seu estilo, e ele assinava
as obras. Faz-me lembrar o artista brasiliense, Athos Bulcão, que criava
azulejos como módulos e pedia aos operários que os cimentassem livremente nos
painéis, imprimindo uma ingenuidade estética. Chico não tinha a visão enciumada
de autoria, e não era mais apenas um artista, mas um estilo, como Vitalino. O
próprio Chabloz percebeu a natureza.
Ampla dessa obra e destacou sua vocação para a arte aplicada, como tapeçarias,
bordados, cerâmica, vidros, panos, com as figuras de Chico.
Heitor dos Prazeres, Cardosinho, Silvia de Leon
e, José Antônio da Silva são
alguns dos pintores consagrados na década de 50, já na década de 60 e 70
destacam-se, Gerson Alves de Souza, Elza
e, José Saboia.
INTERFERÊNCIA
Com a evolução da arte contemporânea a pintura deixa de ser a
única maneira de fornecer imagens visuais e então surge a interferência.
Com a interferência o artista usa vários objetos na
paisagem.
A intenção da interferência é ser noticia, algo que cause
impacto na paisagem, a interferência não se preocupa em ter um
significado artístico.
Um dos nomes mais conhecidos como referencia da interferência foi
o escultor americano, de origem búlgara Cristo javacheff. Ele
iniciou fazendo empaquetages empacotando garrafas latas e caixas
utilizando roupas ou plástico.
Passado alguns anos realizava seus packages usando tecidos sintético,
atacado e esticado por cordas, pontes e etc. Sua obra de maior destaque: a
cortina do vale, ponte neuf (paris).
INSTALAÇÃO
Espaço em que o artista quer que o expectador reflita e entenda o que a instalação quer
passar , quando o artista consegue isso ele alcançou seu objetivo, ele se
comunicou com o expectador através da sua arte.
A instalação sempre traz uma mensagem, traz essa mensagem através de objetos em
um usa de um espaço vazio, e nele coloca
objetos, mostrando sua arte, ou seja, instalação é o objeto que esta no
ambiente. A instalação pode ser construída e desconstruída ao mesmo tempo, pois
são objetos em um espaço que podem ser modificados, a arte só poderá ser
guardada na memória e em fotografias.
A instalação se destaca na arte contemporânea e é uma tendência muito importante nos dias atuais . O objetivo da instalação é provocar sensações,
mexer com os sentidos dos espectadores, podemos observar o racionalismo nos
trabalhos de chiro shimotani, kunichi shima, Ione saldanha e carlos alberto
fajardo.
Uma instalação que chama atenção se chama ghost da artista kader attia,
que reproduz 240 mulheres muçulmanas em papel alumínio, a instalação ghost
mostra mulheres muçulmanas em papel alumínio em posição de oração.
A artista kader attia deixa o rosto das mulheres oco, com um buraco
preto mostrando o vazio das mulheres muçulmanas.
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